Voo sem volta


Passarinho tão feliz,
no seu ninho a cantar.
Canarinho amarelo, 
pelos ares a voar.
A família barulhenta,
boquinhas nervosas
a esperar,
pela mãe, que já voltava,
com comida pra lhes dar.
O pai, zeloso, vigiava,
sempre atento aos perigos,
que pudesse observar.
Tão feliz esta família,
amarela a cantar.
Todo dia indo e vindo,
sua prole alimentar.
Mas o pobre pai canário, 
tão alerta e vigilante,
não sabia que o espreitava,
um humano ignorante.
Teve a ideia, o infeliz,
de capturar a pobre ave.
E colocá-la na gaiola,
onde canta, sem parar.
- Como canta, este canário!!
diz  o ser sem coração.
Ele não vê que ele grita,
de dor e preocupação,
desespero de um pai,
sua mais pura aflição,
ao ver de longe seus filhotes,
nas garras do gavião!


(Elís Cândido/fevereiro de 2012)

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