Chegadas e Partidas


Texto em homenagem ao amigo Luis Felipe Leal, que parte rumo a novas aventuras...

Todos os dias há pessoas chegando em nossas vidas. E todos os dias há pessoas partindo também. Estas idas e vindas, chegadas e partidas, são como uma maré que compõe o retrato do nosso horizonte. Cada pessoa que chega ou que se vai interfere naquilo o que somos. Nossa pintura interior se modifica a cada novo movimento.
Assim como nas marés existem ondas mais fracas, as marolas e ondas furiosas, as ressacas, algumas chegadas e partidas se fazem diferentes. Existem aqueles que chegam e que saem sem significar muita coisa. São como um pequeno grão de areia, uma gota no oceano. Se estão ali ou deixam de estar, quase não se percebe. Mas existem outras pessoas que deixam marcas mais profundas, que trazem consigo uma força tão grande que é capaz de modificar completamente os nossos horizontes.
E quando, de repente estas pessoas precisam seguir em frente, continuar crescendo, fica em nós um vazio estranho, um buraco profundo, como aquele deixado na beira da praia depois de uma onda gigante... Nossa pintura interior se modifica. Para sempre.
O que nos consola nestes momentos de despedida, é saber que ela só será possível porque tivemos a oportunidade de conviver com esta pessoa. E que a ida se faz necessária. Que desta despedida muitas coisas boas virão. Muitos momentos de aprendizagem. Muito crescimento espiritual e intelectual. Novas experiências, vivências, amadurecimentos. Muitas descobertas.
Você não sabe, mas nunca mais será o mesmo. Vai se transformar em um outro homem... A vida vai lhe proporcionar isto.
Mas, para nós, que ficaremos sentadas aqui nesta praia, observando a sua partida, você será sempre o mesmo.
O garoto inteligente que superou expectativas. Que assumiu responsabilidades. Que enfrentou um universo cruel e competitivo com lisura. Que soube cativar amizades. Que não se envergonhou de ser poeta. Que conquistou o nosso amor.
E que não teve medo de seguir em frente.

Vá! Siga em frente! Seja onda!

(Elís Cândido/fevereiro de 2012)

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