De Profundis


Tive que engolir minhas palavras...
A seco. 
Elas desceram arranhando e me reviraram as entranhas. 
Minha boca amarga como se tivesse bebido um bourbon sem gelo. 
As lágrimas escorrem pelo meu rosto e deixam um rastro salgado por onde passam.
Melhor dormir.
Em meu sono o mundo é doce.
As palavras são de amor.
E tudo o que há de salgado é o mar.

(Elis Cândido/outubro de 2013)