Manequim

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Sinto que estou presa
Fui embalada
A vácuo

Aqui nesta embalagem
Não há ar
Não respiro

Estou acondicionada
E não posso me mover
Então fico

Fico e observo o mundo
Através da transparência
Do vidro que me condena

Queria me libertar
Deste lacre inviolável
Vazar, escorrer...

Mas não consigo
Me faltam forças
Então fico.

Ninguém percebe
Ninguém nota.
Iguais a mim
existem muitos na vitrine.

(Elís Cândido/abril de 2011)

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