Paisagem cinzenta


O dia hoje amanheceu cinzento. E eu também.
Parece que tenho alguma conexão, algum tipo de ligação com a natureza, pois sempre que o dia está cinzento, eu também estou.
O céu está sombrio e as nuvens não parecem de algodão. Parecem de ferro, cinzas, pesadas, como enormes muralhas que teimam em impedir a passagem da luz do sol.
Até os passarinhos estão com preguiça de cantar. Quando cantam, parecem murmúrios, pequenos lamentos, canções de dor e de ausências.
Eu não gosto dos dias cinzentos.
Tenho medo destes ventos, que sopram coisas aos meus ouvidos. Ventos são como vozes sussurrantes, que tentar invadir as nossas almas, nossos ouvidos, nossas casas.
Fecho tudo nos dias de vento: minha casa e minha alma.
Minha casa é meu reino e minha fortaleza. Lá me sinto segura.
Aqui, do lado de fora, fico como um passarinho. Pequena. Frágil. E o vento teima em me levar para caminhos que eu não quero ir.
Seguir em frente é difícil e me sinto cansada.
Eu não gosto dos dias cinzentos.
Queria voltar a ver o sol. Fechar meus olhos e sentir o seu abraço quente que me protege e aconchega.
Tomara logo acabar este dia. Quero voltar para o meu ninho. Quero dormir e acordar ensolarada!
Eu não gosto dos dias cinzentos...

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