Eu, eles e um reflexo




Ironia ou não, percebemo-nos mais quando estamos mergulhados em gente. Gente diferente da gente. Gente que não tem os mesmos conceitos, aquele tipo que não oferece nem um debate instigante. Nada. Encontramo-nos. Olha-se para os lados e sente-se um vazio, uma falta de tudo. Nesse momento abre-se espaço para recordar alguém esquecido: nós mesmos.

Isso salva um dia, uma auto-estima, um amor-próprio. E tudo o que pensávamos feio em nós, é visto com outros olhos e admirado. Quanto mais conheço os outros, mais estimo por mim mesma. Sem afetação, com um orgulho que vai crescendo devagar, pouco a pouco.


Uma menina disse-me que não consegue olhar nos olhos de certas pessoas, porque se sente intimidada. E eu, com minha ínfima sabedoria, respondi que com o tempo, vamos criando dignidade o suficiente para se auto-afirmar sem medo.
Estava certa, sim. Já não sou tão ínfima.

(Escrito por Simone Schuck/postado no Blog Tensa Intensa)

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