A chuva de ontem


Ontem à noite choveu. Fazia tempo que não chovia... O ar estava seco e o vento sufocava.
Mas, ontem à noite, finalmente, choveu. Foi uma chuva mansa, que caiu em paz e sem fazer estragos.
As palmeiras da minha rua avisaram que a chuva viria. Elas balançaram nervosas, com suas folhas estalando no vento.
Da janela do quarto pude ver as nuvens escorregando agitadas pelo céu e os clarões amarelados dos relâmpagos.
Não tive medo. Não tenho medo de chuva. Tenho medo do vento! Ele sim me assusta.
Choveu a noite inteira. As folhas da minha velha goiabeira, já meio cansadas de tanta estiagem, receberam felizes aquelas gotas de chuva.
Pela minha janela eu pude sentir o cheiro bom da terra molhada e da natureza agradecida.
Meu filho, medroso, dormia ao meu lado, agarrado em minha mão.
E a chuva caía lá fora...
Não sei por quanto tempo fiquei ali, apenas olhando o sono daquele pequeno homenzinho e ouvindo as gotas de chuva cairem... Adormeci em paz!
Acordei num dia de céu limpo, de natureza de alma lavada e de maritacas fofoqueiras gritando pelo ar.
Nas minhas orações de toda manhã, pude pensar como Deus é bom, a vida é bela e infeliz é aquele que passou indiferente por esta noite de chuva!

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