Confissão de Amor


Quando você chegou
era ainda uma coisa pequena
E pequeno o meu amor

No entanto
a cada dia você crescia
aprendia
aprontava
caia
se levantava

A cada dia
e em cada briga
sem que eu notasse
eu mais te amava

E você cresceu
e ficou GRANDE
de verdade
Se fez homem
sem deixar de ser criança

Aquela
mesma
pequena
travessa
que eu amava

E um dia
também você amou
como todo homem ama
Foi feliz
e foi amado

Mas o destino
sorrateiro
tinha planos
Não os meus
Não os seus
Tristes planos

E assim,
o amor se fez vida
e o amor se fez morte

Na vida
virou semente
Victor Hugo - um novo amor

Na morte
(piedosa?)
o final da sua dor

Meu coração arrancado
chora agora sem entender
Como pude te amar tanto?
Como? Sem perceber?!

Só com a perda foi que vi
e aqui declaro o meu amor
que é imenso
que não se acaba
que me conforta
e me faz crer

Me faz crer que a despedida
não é eterna
é passageira
e eu não preciso sofrer

Sei que hoje só me resta
acreditar no reecontro
para me manter viva
para me fazer forte
para cultivar sua semente
E esperar...

Esperar até que um dia
o destino me permita
noutra vida te encontrar.

(Elís Cândido/escrito em novembro de 2003 para o meu irmão Carlos Henrique)

Nenhum comentário:

Postar um comentário