A Colcha de Retalhos


A vida da gente é como uma grande colcha de retalhos.
Pequenos pedaços de diferentes tecidos, com diferentes cores e texturas que vão se unindo e se transformando numa enorme composição, que é única, exatamente por ser feita de tantos e tão variados pedaços: um pedaço colorido de momentos felizes, outro meio cinzento como as tristezas e amarguras. Tudo enlaçado com uma linha forte e resistente, de esperança e de sonhos, que une tudo e nos conduz a um acabamento perfeito.
Fico pensando que nesta caminhada, às vezes temos a chance de experimentar momentos únicos de felicidade e afeto que sequer percebemos ou aproveitamos. Reencontrar um velho amigo está entre estes raros momentos. Como é bom poder rever alguém que já fez parte da nossa vida, que soube ouvir os nossos lamentos, com quem já demos boas risadas...
Os amigos são o que há de melhor nesta vida e este sabor não muda com o passar do tempo. Sempre é bom rever os que amamos.
Minha colcha de retalhos hoje ficou mais bonita e lindos quadradinhos de cor e luz somaram-se aos demais, pois reencontrei velhos amigos...
Nestes tempos frios, onde as noites nos lembram como é dura a solidão, vou poder dormir em paz, aquecida no aconchego bom que fica dentro de peito de quem sabe que não está sozinho.
Hoje à noite, sei que vou me embrulhar na minha colcha de retalhos, agradecer a Deus por mais este dia, rezar pelos meus amigos e dormir em paz!

(Elis Cândido/junho de 2010. Dedicado aos bons e velhos amigos do Sul Fluminense)
Ilustração:A colcha de retalhos, de Roberto van der Ploeg

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