Azul

Mais uma vez me lanço ao mar
à luta,
à guerra,
à vida!

Vejo
por breves momentos,
novos horizontes
azuis sensações.
Doces promessas futuras...
Com o fim da noite,
o novo dia,
traz com ele a realidade:
Como pude novamente
me deixar enganar,
envolver,
levar...
Como pude novamente
me deixar cegar?


Agora sofro.
Sou o resto.
Aquilo o que sobrou.
Pela janela
soluço e vejo ao longe
seu olhar azul que me afogou.

Na solidão destas paredes
que me protegem do mundo
prometo a mim mesma
nunca mais me atirar
num azul assim tão profundo.

(Elís Cândido/ dezembro de 1994)

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