Ao Amor
Amo!
Sim, eu amo!
Pensei que esse dia não mais chegaria..
Que a vida fosse apenas viver.
E que nada mais fosse mudar.
Mas hoje eu amo!
E me pergunto onde andei, que não aqui.
Nesse calor que me consome.
Nesse sorriso meio bobo e pueril.
Nesses braços que me acolhem...
E fazem arder a minha pele.
Ah, eu amo!
E não há mal nenhum em amar.
(Elis Cândido/novembro de 2015)
Para onde ir
Para onde ir
se aqui já não é o meu lugar.
Para onde ir
se meus pés teimam em caminhar.
Para onde ir
na tentativa de encontrar...
Um novo lar,
um novo lugar,
um alguém para amar.
Para onde ir
para que eu possa respirar.
Sinto que sufoco,
que a rotina me engole,
que nada faz sentido.
Para onde ir?
Sigo a perguntar...
(Elis Cândido/novembro de 2015)
Oração Particular II
Senhor,
Que os nossos sonhos não morram
em meio a tantos desafios.
Que nossos sorrisos não se acabem
em meio a tantos dissabores.
Que nossas mãos não se levantem
em meio a tanta ira.
Deus,
Que as nossas crianças não temam o amanhã.
Que os seus dias sejam de paz e luz.
Que os seus pais continuem sendo fonte de segurança e amor.
Que elas possam continuar sendo crianças.
Pai,
Que cada coração se volte à sua face.
Que cada passo nos aproxime de ti.
Que cada palavra seja de afeto e ternura.
Que nunca nos percamos de vós.
Amém.
O anjo rejeitado
Um anjo coroado de espinhos, avança
como um nome anunciado pelo vento.
Não sabemos quando foi que chegou
e porque caminha na nossa direção.
Não vemos que a luz à sua volta
sobressai e se torna plena e imutável
ofuscando a noite nessa cintilação.
Ninguém sabe ainda donde veio
esta respiração que varou desertos
trazendo um sentido novo e vasto
a um sentimento que desconhecíamos
e não somos capazes de reter.
Um som que diverge das outras vozes
e sacia a sede que no íntimo fere.
Há quem diga que é apenas ilusão
provocada pela névoa excessiva
de quem vive há muito sob o peso da poeira
e viram-lhe costas, sacudindo as mãos.
Outros, dando voz a sonhos mais profundos
juram que é um pastor de ovelhas perdidas
que veio juntar o rebanho tresmalhado.
Mas ninguém dá um passo em frente
que o resgate ao furor demente dos lobos
ou lhe redima o corpo que tomba.
Mergulhados nessa bestial cegueira
demasiado tempo levamos a desvendar
o segredo incompleto do seu nome
e o milagre de o termos aqui entre nós.
E quando finalmente abrimos os braços
procurando o calor da sua labareda
ou um abrigo para apaziguar a dor
ele já havia seguido caminho.

(Publicado por Runa em seguindo o escoar do tempo)
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