Chuva!


Chuva!
Venha calma
Venha mansa
Encharcando a minha trança
Pra eu dançar feito criança
Pulando poças a sorrir!

Chuva!
Venha boa
e generosa
pra fazer brotar a rosa
que eu trago no jardim...

Chuva!
Vem lavar a minha alma
Minhas dores abrandar
me fazer leve e solta
nas tuas gotas a bailar!

(Elís Cândido/janeiro de 2013)


Os Abutres


Os abutres estão à espreita...
Aguardam o derradeiro dia.
Voam em círculos, silenciosos
Ou acompanham meus passos,
pousados nos galhos das árvores ressequidas.

Os abutres estão à espreita!
Me observam dia e noite.
Posso sentir sua respiração profunda
E o regozijo antecipando a ceia farta...

Eles estão à espreita...
E se ocupam tanto de mim
que não percebem que na escuridão da vida
há outros à espreita deles mesmos...

(Elís Cândido/janeiro de 2013)

O mundo vai acabar


Dizem que o mundo vai acabar
E que não há como me salvar
Que não adianta correr
Ou me descabelar

Decidi então ficar em paz
Comer bem
Dormir mais
Tirar férias... (de tudo)

Aparei umas arestas
Resolvi umas pendências
Abracei alguns amigos
E perdoei os inimigos

Agora é só esperar!
Deitada na rede
Ouvindo um som
E olhando o céu azul

Venha o que vier!
Quando se está em paz tudo fica mais fácil!!!
(Até as coisas nas quais a gente sequer acredita possíveis)

(Elís Cândido/dezembro de 2012)





Transição



O que havia antes
Se desfez
Já não existe mais
O hoje é um vazio
Uma esperança daquilo o que virá
De um futuro que é segredo
Mas que mesmo assim eu escolhi
Quando abri mão do passado
E assumi meu presente
Tenho as rédeas da minha vida nas mãos
Mas não sei para onde ir
Esta transição me confunde
E me assusta
Estou só
E isto é fato
Mas o que fazer da solidão que me acompanha?

(Elís Cândido/novembro de 2012)

Que me importa


Que me importa 
aquilo o que os outros pensam
Que me importa 
aquilo o que os outros dizem
Que me importa
aquilo o que os outros fazem

Não penso o que os outros pensam
Não digo o que os outros dizem
Não faço o que os outros fazem

Minha vida é só minha
Meus pensamentos
Minhas palavras
Minhas atitudes

Eu sou a única responsável
pelo meu êxito
e pela minha derrota

Escolho os meus caminhos
E caminho com meus próprios pés.
Meu nariz é minha guia
Meu coração minha bagagem

Que me importam os outros, então?!

(Elís Cândido/novembro de 2012)