Saudades
Meus olhos querem te ver outra vez
Experimentar dessa alegria verde
Sentir o coração batendo manso
Meus pés querem a terra vermelha
Ainda gelada de orvalho
Resto da noite fria
Onde a lua se exibia
E a gente era feliz.
Um mundo nada rosa
Ser mulher é difícil
Mulher nasce e começa a sofrer
Embonecada, com laços e fitas
Engessada
Passada e engomada
Na infância sua mãe vem lhe falar:
Menina não faz isso
Menina não faz aquilo
Para elas, fogões e bonecas
Para eles, as aventuras e o mundo
Meninas crescidas sangram
(E sentem dor)
Com vergonha e castidade
Meninos crescidos balançam seus pênis
Com orgulho e liberdade
Mulher adulta
Se gosta de sexo, é puta.
(Se não gosta, é fria)
Se fuma, é puta.
Se bebe, é puta.
Se sorri demais, é puta.
Vocês conhecem um homem puto?
Nem o juiz de futebol
Ele é apenas “filho da puta”
Função de mulher é ser mãe
O que ela faz muito bem
Do início ao fim
E sozinha.
(Não digam que não é assim)
As dores são suas
As noites de vigília
As preocupações
E também as culpas
É seu o corpo que muda
É seu o seio que alimenta
E o colo que acalenta
Mulher feminista
É sapata
Mulher inteligente
É chata
Lugar de mulher é em casa
Cama, mesa e fogão.
Mulher, se quebra a regra
Tem que ter muito culhão.
Para vencer o tal machismo
E a discriminação.
Não sei o que deu em mim
Para fazer um texto assim...
Devem ser os hormônios
Ou a falta deles.
A velha rosa
Uma rosa
Mesmo velha
Ainda será uma rosa
Mesmo que não exale perfumes
Mesmo que não seja viçosa
Uma rosa
Será sempre uma rosa.
Sobre dores e solidão
Existem certas dores que somos fadados a sofrer sozinhos.
Seja pela incapacidade de compreensão do outro.
Ou pela sua falta de vontade de compreender.
Ou pela nossa falta de vontade de explicar.
Sofremos sozinhos...
E essas dores, são as piores.
Seja pela incapacidade de compreensão do outro.
Ou pela sua falta de vontade de compreender.
Ou pela nossa falta de vontade de explicar.
Sofremos sozinhos...
E essas dores, são as piores.
Alone
Hoje não houve conversas no portão.
Não houve risadas, brincadeiras, nada.
Na rua inteira apenas um silêncio incômodo. Alguns sussurros talvez.
Se uma família amiga sofre, todos sofremos juntos.
Não há como ficar alheio ao que se passa...
Em que momento perdemos nossos filhos?
Em que momento nossas crianças deixam de ser nossas e se perdem na
vida?
Onde erramos?
Fico pensando no coração apertado dessa mãe.
No choro contido do pai.
Longos serão os dias que se aproximam.
E tristes as noites.
Para quem não verá seu filho voltar ao final da tarde.
Para quem não o terá na mesa do almoço.
Para quem não poderá ampará-lo.
Para quem não vai estar junto.
Os filhos fazem suas escolhas.
E, às vezes, eles erram...
Não devemos julgar.
Não podemos julgar.
Isso não nos cabe.
Que saibamos calar o que não deve ser dito.
Falar o que for necessário.
E respeitar a dor alheia.
Nosso telhado é de vidro...
Ninguém sabe onde pode cair a próxima pedra.
Junho de 2017
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