Tarsila do Amaral Manchete |
Caçada
Hoje vou à caça
Sou a loba
A leoa
Mergulho na noite
Sem medo
Tenho pressa
Tenho fome
Eu vou só
Nego a matilha
De longe
Espreito a caça
Escolho
E ataco
Com um pulo certeiro
Contra o qual
Não há defesa
A presa
Lança seu último olhar
De desespero...
Mas não me importo
Não me comovo
Inabalável.
Sou o predador
Aprendi com as caçadas
A ser fria
Implacável.
Minha fome é meu mestre.
A presa,
esta nada aprende com a caçada...
É sua única e derradeira experiência.
(Elís Cândido, junho de 2011)
Acasos...
Por acaso, você acredita em acaso? Ou você acha que as coincidências não existem e que tudo o que vivemos é parte de uma história já escrita?
Quando as coisas fogem ao seu controle, as situações se tornam complicadas demais, você tende a culpar o destino, a Deus, ou assume que você pode ter errado no caminho, nas escolhas, nas estratégias...
Acho que pensar que nossa vida é uma página já preenchida é viver sem emoção, sem entusiasmo, sem riscos. Os riscos podem até assustar, mas eles são uma parte importante do processo de crescimento, de amadurecimento, de aprendizado dos seres humanos. O conformismo, ao contrário, nos leva à estagnação, a uma morosidade que torna viver uma coisa sem graça, sem emoção. E isso não é viver: é passar pela vida.
Acredito que a religiosidade deva sim fazer parte da vida de cada um de nós. Que devemos crer e exercitar esta crença, seja ela qual for, todos os dias de nossas vidas, nos guiando e amparando naquilo que nos faz inteiros, que nos preenche a alma, na nossa fé. Mas isto não significa que tenhamos que depositar nesta crença, neste Deus, todas as culpas e responsabilidades. Não! Temos que tomar as rédeas das nossas vidas e guiar os nossos passos segundo nossas convicções e ensinamentos e tirar proveito das oportunidades que batem à nossa porta. Temos que buscar a felicidade a todo custo.
Se a felicidade está no seu trabalho, na sua casa, em um amor, em ajudar ao próximo, isto cada um vai descobrir por si mesmo, a partir das experiências vividas, dos erros e acertos. A borboleta jamais sentiria o prazer de voar se não tivesse acreditado que poderia se fazer alada... se não tivesse corrido o risco e se lançado aos ventos. É preciso abandonar o calor e o conforto do casulo para descobrir o que a vida pode nos oferecer a mais!
Então, respire fundo, tenha coragem e saia do casulo! Vá à luta e construa você mesmo o seu futuro!
E não será por acaso que você vai ver que valeu à pena!
(Elís Cândido/junho de 2011)
Portas
Imagem do Google |
São grandes,
ou pequenas,
largas,
ou estreitas.
Velhas,
ou novas,
silenciosas,
que rangem.
Elas abrem
ou fecham,
libertam
ou aprisionam.
Levam aos sonhos
e as pesadelos,
à luz
ou as trevas.
São o início
e o fim.
Chegada
e partida.
Portas,
são o que você quiser que sejam...
(Elís Cândido/junho de 2011)
Assinar:
Postagens (Atom)