Incoerência
Logo, logo, não tão cedo
As contradições se encontrarão
E nessa separação momentânea
Seremos um para o outro
O que sempre fomos
Eternos desconhecidos
(Fabiano Freitas, publicado no Recanto das Letras em 16/03/2011)
Catarse
As casas dormem ainda
ensaiando um silêncio de morte improvisada.
Nas janelas fechadas
oculta-se um rumor de luzes estranguladas.
O fogo adormecido da quimera
envelhece sob um céu sem luar
junto à rebentação das sombras
onde decifro a solidão fria do inverno
no crepitar da memória incandescente.
Personagem de encruzilhada, busco
um elo que faça ainda sentido
com qualquer coisa conhecida,
enquanto assisto ao desgaste lento das horas
a cavarem um fosso de incertezas
no parapeito arruinado da esperança.
Respiro todos os segredos da escuridão
no mármore arruinado onde repousa
um silêncio de asas mortas
e o gemer surdo do sono adiado.
Ao fundo do corredor
no átrio vago da demora
range a porta da alvorada
a abrir-se para a claridade inesperada do dia.
(postado por Runa, no blog Seguindo o Escoar do Tempo)
Para Elas
amor que se dedica
amor que não se explica
até quando se vai
parece que ainda fica
olhando você sair
sabendo que vai cair
deixar que saia
deixar que caia
por mais que vá sofrer
é o jeito de aprender
e o teu caminho
só você vai percorrer
se você vence, eu venço
se você perde, eu perco
e nada posso fazer
só deixar você viver
enchemos a vida
de filhos
que nos enchem a vida
um me enche de lembranças
que me enchem
de lágrimas
outro me enche de alegrias
que enchem minhas noites
de dias
outro me enche de esperanças
e receios
enquanto me incham
os seios
amor que se dedica
amor que não se explica
até quando se vai
parece que ainda fica
olhando você sair
sabendo que vai cair
deixar que saia
deixar que caia
por mais que vá sofrer
é o jeito de aprender
e o teu caminho
só você vai percorrer
se você vence, eu venço
se você perde, eu perco
e nada posso fazer
só deixar você viver
só olhar você sofrer
só olhar você aprender
só olhar você crescer
só olhar você amar
só olhar você...
Autoras Alzira Espíndola e Alice Ruiz
![]() |
Maternidade- Pablo Picasso |
amor que se dedica
amor que não se explica
até quando se vai
parece que ainda fica
olhando você sair
sabendo que vai cair
deixar que saia
deixar que caia
por mais que vá sofrer
é o jeito de aprender
e o teu caminho
só você vai percorrer
se você vence, eu venço
se você perde, eu perco
e nada posso fazer
só deixar você viver
enchemos a vida
de filhos
que nos enchem a vida
um me enche de lembranças
que me enchem
de lágrimas
outro me enche de alegrias
que enchem minhas noites
de dias
outro me enche de esperanças
e receios
enquanto me incham
os seios
amor que se dedica
amor que não se explica
até quando se vai
parece que ainda fica
olhando você sair
sabendo que vai cair
deixar que saia
deixar que caia
por mais que vá sofrer
é o jeito de aprender
e o teu caminho
só você vai percorrer
se você vence, eu venço
se você perde, eu perco
e nada posso fazer
só deixar você viver
só olhar você sofrer
só olhar você aprender
só olhar você crescer
só olhar você amar
só olhar você...
Autoras Alzira Espíndola e Alice Ruiz
Moça bonita
Moça bonita
com um laço de fita
e cabelos ao vento
a lhe enfeitar
Sombrinha de renda
girando suave
nas mãos tão finas
que sonho em tocar
Vestido de seda
com flores do campo
e preguinhas míúdas
na saia a brincar
Seus pés - adivinho
são tão pequeninos
feito bailarina
a se equilibrar
Moça bonita
dos cabelos ao vento...
No meu pensamento
e em todo o meu ser
és o meu tormento,
meu doce lamento,
meu coração a bater.
(Elís Cândido/maio de 2011)
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Monet |
Moça bonita
com um laço de fita
e cabelos ao vento
a lhe enfeitar
Sombrinha de renda
girando suave
nas mãos tão finas
que sonho em tocar
Vestido de seda
com flores do campo
e preguinhas míúdas
na saia a brincar
Seus pés - adivinho
são tão pequeninos
feito bailarina
a se equilibrar
Moça bonita
dos cabelos ao vento...
No meu pensamento
e em todo o meu ser
és o meu tormento,
meu doce lamento,
meu coração a bater.
(Elís Cândido/maio de 2011)
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