A Semana de Arte Moderna foi uma explosão de idéias inovadoras, que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Mas todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo movimento anterior e nem sempre o novo é bem aceito, o que ficou bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética européia tradicional.
Na Semana de 22, nossos artistas demonstraram que buscavam identidade própria e liberdade de expressão. Com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de grande parte dos que foram assistir a este novo movimento.
Durante a leitura do poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira (leitura feita por Ronald de Carvalho), o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma sua desaprovação. As críticas foram severas também em relação às artes plásticas, como já demonstrado nos posts anteriores. E também a música não foi poupada.
Durante três dias houve muitas apresentações musicais. Além de Villa-Lobos, foram interpretadas obras de Debussy, por Guiomar Novaes, e obras de Eric Satie, por Ernani Braga, o qual também interpretou "A Fiandeira", de Villa-Lobos.
Mas, Villa-Lobos foi, sem dúvida, um dos mais importantes e atuantes participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. Ele apresentou uma série de três espetáculos. A atitude do público para com Villa-Lobos é, a princípio, mais respeitosa, se comparada aos coaxos e vaias dispensados a Oswald de Andrade e ao poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira. Mas durante um dos concertos ele foi ridicularizado diversas vezes, pois torcera um pé e entra no palco a coxear, de casaca e calçando sapato em um pé e chinelo no outro. A multidão acompanha-lhe o passo, marcando o ritmo exato do pé doente...
Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
O Chovendo Letras, através de uma semana inteira de postagens que tentaram reproduzir os fatos acontecidos na Semana de 22, deixa aqui a homenagem a este movimento tão importante para a descoberta de novos rumos, verdadeiramente brasileiros, para a nossa cultura, tão vasta e diversificada. E que fique o registro: SIM! Nós temos TALENTO!
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