Durante a Semana de 22, diversos poetas, pintores, músicos, entre outros artistas, expuseram e apresentaram suas criações artísticas. As reações aos artistas e às vanguardas foram das mais diversas, e tiveram forte repercussão nos jornais e folhetins da época.
Destaco abaixo dois fragmentos destas críticas, com visões diferentes das exposições e das propostas dos modernistas apresentadas.
TEXTO 1 - Talentos Desvairados
“(…) Conta-se que uma senhora, ao visitar as telas expostas, se impressionou, ou, melhor, ficou intrigada diante de duas, que não conseguiu absolutamente compreender. Pediu informações a um dos iniciados do novo credo estético, para que lhe fosse explicado o assunto das duas telas. O iluminado moço não lhe pôde responder de pronto, mas, informando-se com outros, explicou à curiosa dama: ‘Uma das telas representa Vênus nascendo da espuma do mar; outra é um retrato físico de Oswaldo de Andrade’.
A dificuldade, porém, consistia em saber qual a que representava Vênus e qual o Oswaldo…” (…)
TEXTO 2 - As Três “Serate” Futuristas
“Futurismo? Não. Simplesmente um ato de rebelião contra tudo aquilo que constitui idolatria pelo passado; pelos centros da arte, em todas as suas diferentes manifestações do passado.
Era hora de agitar. Era hora de lançar o grito de audácia e da nova luta; era hora de arriscar-se, com bravura e com a cabeça erguida, no carrossel do verbo novo e renovador.
Futurismo? Não. Nada de futurismo se vocês entendem por futurismo tudo aquilo que representa insulto à arte.
Era hora de agitar. Era hora de lançar o grito de audácia e da nova luta; era hora de arriscar-se, com bravura e com a cabeça erguida, no carrossel do verbo novo e renovador.
Futurismo? Não. Nada de futurismo se vocês entendem por futurismo tudo aquilo que representa insulto à arte.
Futurismo, sim, se futurismo signifique um desafio majestoso, altaneiro, orgulhoso ao desgaste das velhas formas.” (…)
A favor da Semana estiveram jornais como Jornal do Commercio, Correio Paulistano e A Garoa. Em um dos artigos de Oswald de Andrade - Boxeurs na Arena, de 13 de fevereiro de 1922 -podemos perceber como ele se posicionava e como sabia, de antemão, tudo o que poderia acontecer no Teatro Municipal paulista. "...Nós, pelo acolhimento da platéia de hoje, julgaremos da cultura de nosso povo. Pois, sabemos, com Jean Cocteau, que quando uma obra de arte parece avançada sobre o seu tempo, ele é que de fato anda atrasado", escreveu Oswald.
Continuaremos amanhã, com poesia e literatura...
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