Sombras
Quem é você?
Que me ronda
Me assombra
Me assusta
E me consome.
Quem é você?
A me espreitar
Sempre tão perto
Passo certo
No meu calcanhar
Quem pode ser?
Meu algoz, meu açoite
Feito sombra
Na luz do dia
e na escuridão da noite.
O que você quer?
Me vampirizar
Sugar o meu sangue
Minha vitalidade
Entrar no meu ser?
O que vou fazer?
Me segues, é certo...
Te sinto tão perto
Que penso em morrer.
O que é você?
Que tanto me aflige
Corrói minha alma
Me faz um insone
Na noite a vagar.
Não há mais saída!
Estou possuída!
Me atiro no abismo
e me deixo levar...
Um pensamento me assalta
neste instante fatal:
Se morro, quem morre?
Eu ou ele, afinal?
(Elís Cândido/maio de 2011)
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