Subi até onde pude.
E então parei.
O ar entrava rasgando meus pulmões
E o vento me arrancava a pele.
Eu estava lá!
No lugar mais alto
onde se possa chegar.
No topo da colina
Lugar que todos desejam estar.
Eu estava lá!
Do alto, podia ver a cidade
bem pequena
aos meus pés.
O mundo aos meus pés!
Eu reinava.
Soberana.
Absoluta.
No topo do mundo
E de tudo.
Então sorri.
Sorri sozinha.
Não havia ninguém ao meu lado.
Ninguém mais me acompanhava
A não ser eu mesma
E as aves de rapina
à espreita do meu fracasso.
Mau agouro...
Fechei meus olhos
e desfrutei o prazer insano do poder.
Um vazio me tomou a alma
e percebi que não havia mais caminhos a trilhar.
Não havia mais para onde ir...
O topo é o limite.
O fim.
O passo a frente era o abismo.
Olhei para baixo e tremi....
Entendi que para prosseguir,
deveria recuar.
Refazer o caminho.
Voltar às origens.
Inventar outros objetivos...
Voltar a sonhar.
Decido e desço.
Na caminhada vejo outros,
como eu.
Retornando a vida...
Mais a frente, vemos outros,
corpos desfeitos daqueles
que não conseguiram parar.
Filhos da ganância!
Tenho pena deles.
(Elís Cândido/maio de 2011)
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