Desertos

Imagem retirada de Fotolog










Meu coração é um deserto
onde nada mais habita.
Nem os seres rastejantes
ou os mais desprezíveis
ficaram aqui.
Restou apenas aridez
A secura dos tempos sofridos
Os sulcos marcados das dores
Cada marca,
cada cicatriz
São tatuagens eternas,
cravadas na carne.
E nada mais há.
Posso ouvir os sons do silêncio
e o meu coração a bater
numa cadência mórbida
e insossa.
Não há mais descompassos.
Não se alteram, os ritmos.
É sempre o mesmo pulsar.
Vivo como um relógio triste
que marca as horas
dos tempos vividos pelos outros
e não por mim mesma.

(Elís Cândido, julho de 2011)

Um comentário:

  1. Eita...um poema vindo do fundo da alma...sensibilidade pura...parabéns Elis...me emocionou te ler!

    bjos...um abençoado final de semana prá vc!

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