Salve, Monteiro Lobato!

Hoje comemoramos 129 anos do nascimento de José Bento Renato Monteiro Lobato. Ou simplesmente Monteiro Lobato, como ele mesmo se denominou.
Menino devorador de livros, apaixonado pelas letras, pelo seu país, pela sua cultura.
Menino reprovado no Curso Preparatório. Escritor reprovado pela Academia Brasileira de Letras. Um dos mais influentes escritores basileiros do século XX. Amado e odiado. Invejado e criticado.
Figura de censo crítico aguçado. Anticonvencional por excelência, dizia sempre o que pensava, agradasse ou não. Defendia a sua verdade com unhas e dentes, contra tudo e todos. Naciolalista convicto, defendia uma arte brasileira, criada aqui, que retratasse nossos costumes, nossas lendas, nossas diversidades, nossa riqueza.
Seu amor ao país esteve presente em sua trajetória como escritor e em tudo o que fazia.
Defendia o crescimento da nação e a exploração do petróleo. Teimava em dizer que era preciso explorar o petróleo nacional para dar ao povo um padrão de vida à altura de suas necessidades. Sua carta, escrita ao Presidente Getúlio Vargas, criticando a política brasileira de minérios, acabou por levá-lo a prisão. A partir daí, passou a denunciar as torturas e maus tratos praticados pela polícia do Estado Novo.
Suas histórias demonstravam sua preocupação com os problemas sociais, com a formação de uma nova mentalidade política, com os caminhos a serem seguidos pelo seu povo.
Na literatura infantil, mostrava toda a riqueza cultural brasileira, misturando-a a figuras da literatura européia e a personagens da mitologia. Tudo era possível no seu Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Neste fantástico mundo de faz de contas, Lobato exercitava toda sua vontade de liberdade, tagarelava através da divertida e espevitada boneca de pano Emília. Criava e experimentava no corpo do aristocrático boneco de sabugo de milho, Visconde de Sabugosa. E encantava a todos com as caçadas de Pedrinho e os sonhos doces de Narizinho.
Quem não tem saudades das tardes em frente a TV, quando nos transportávamos para este paraíso encantado, através do pó de Pirlimpimpim?
Quem não teve medo dos berros do Minotauro?
Ou do enorme Pássaro Roca?
Quem não sonhou com a Cuca?
Monteiro Lobato fez parte da minha infância. Fez parte da minha construção intelectual. Foi motivador deste amor que descobri pelo mundo das letras. Amor que continuo cultivando ainda agora, aos meus 40 anos. Amor que eu transmito aos meus filhos. Amor que eu compartilho com aqueles que me acompanham aqui no Chovendo Letras.

Salve, Monteiro Lobato!!


(Elís Cândido/abril de 2011)

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