Estatística


Depois do estouro,
o silêncio
E mais nada.
Lembro de estar andando.
Eu sorria.
Lembro do vento em minha nuca.
Um vento quente
feito o hálito da morte.
E depois,
o silêncio.
Uma pequena correria.
Sussurros talvez.
E um arrepio frio
cortando toda a minha carne.
Eu estava lá.
Caído.
Lugar errado, na hora errada.
Alvo certeiro
de uma bala perdida.
Num instante
deixei de ser quem eu era
e me transformei em estatística.

(Elís Cândido/abril de 2012)

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