Penso, logo, existo.
Existir é insistir
Insistir em existir.
Acordar todos os dias e teimar em ser feliz.
Tentar ser humano.
Suportar a hipocrisia do ser-humano...
Enxugar a face, levantar o nariz.
Seguir em frente em mais um dia.
Penso, logo, existo.
O Pensar é a razão da existência:
Pra existir, tem que pensar...
Pensar na morte da criança, que de fome se apagou.
Pensar que a vida continua e nela nada mudou.
É trabalhar e querer ter.
É querer, nunca poder.
Invejo o cão.
Ele não pensa.
Não insiste.
Apenas existe.
Existência irracional...
Que feliz é o animal.
Penso na fome,
que destrói e mata o homem.
Homem morto de orgulho.
Não luta. Não quer ter.
Não pensa. Não quer ser.
Homem com fome. Irracional.
Vi seu olhar me implorando
e o lixo a revirar...
Penso, logo, existo.
Existo e nada faço.
Nada posso.
Sigo em frente e vou pensando:
Penso, logo, existo.
Eu queria não pensar.
(Elís Cândido/1987)
Existir é insistir
Insistir em existir.
Acordar todos os dias e teimar em ser feliz.
Tentar ser humano.
Suportar a hipocrisia do ser-humano...
Enxugar a face, levantar o nariz.
Seguir em frente em mais um dia.
Penso, logo, existo.
O Pensar é a razão da existência:
Pra existir, tem que pensar...
Pensar na morte da criança, que de fome se apagou.
Pensar que a vida continua e nela nada mudou.
É trabalhar e querer ter.
É querer, nunca poder.
Invejo o cão.
Ele não pensa.
Não insiste.
Apenas existe.
Existência irracional...
Que feliz é o animal.
Penso na fome,
que destrói e mata o homem.
Homem morto de orgulho.
Não luta. Não quer ter.
Não pensa. Não quer ser.
Homem com fome. Irracional.
Vi seu olhar me implorando
e o lixo a revirar...
Penso, logo, existo.
Existo e nada faço.
Nada posso.
Sigo em frente e vou pensando:
Penso, logo, existo.
Eu queria não pensar.
(Elís Cândido/1987)
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