Hoje não houve conversas no portão.
Não houve risadas, brincadeiras, nada.
Na rua inteira apenas um silêncio incômodo. Alguns sussurros talvez.
Se uma família amiga sofre, todos sofremos juntos.
Não há como ficar alheio ao que se passa...
Em que momento perdemos nossos filhos?
Em que momento nossas crianças deixam de ser nossas e se perdem na
vida?
Onde erramos?
Fico pensando no coração apertado dessa mãe.
No choro contido do pai.
Longos serão os dias que se aproximam.
E tristes as noites.
Para quem não verá seu filho voltar ao final da tarde.
Para quem não o terá na mesa do almoço.
Para quem não poderá ampará-lo.
Para quem não vai estar junto.
Os filhos fazem suas escolhas.
E, às vezes, eles erram...
Não devemos julgar.
Não podemos julgar.
Isso não nos cabe.
Que saibamos calar o que não deve ser dito.
Falar o que for necessário.
E respeitar a dor alheia.
Nosso telhado é de vidro...
Ninguém sabe onde pode cair a próxima pedra.
Junho de 2017
Excelente! Hoje estava arrumando meus livros e estava sua poesia....resolvi conferir aqui. Que bom que escreveu de novo.
ResponderExcluirAdorei seu blog! ☺️
ResponderExcluirAnastacia (@anastaciapuritana)