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O Senhor das Trevas está entre nós!
Posso percebê-lo à espreita, observando e analisando cada ser humano. Nada escapa ao seu olhar de ave de rapina... Ele ronda. Ele estuda. Ele ataca! Não há como fugir de suas garras. Somos todos ovelhas débeis e frágeis, correndo rumo ao desfiladeiro.
"No final, haverá choro e ranger de dentes" É chegado o fim! Dentes rangem e lágrimas salgadas escorrem dos olhos dos pobres mortais. Suas almas foram perdidas há tempos... Não há caminhos para voltar.
Não somos então Sodoma e Gomorra? Não vivemos de luxúria, lascívia, embriaguez. Os pais violentam seus filhos. Os filhos desrespeitam seus pais. Os irmãos se matam e se odeiam. Não somos então Caim e Abel? Estamos tentando outra expulsão do Paraíso?
Como na Torre de Babel, já não falamos mais a mesma língua. Não nos entendemos. Não nos comunicamos. Não há diálogo. Nos perdemos uns dos outros.
Ele, o Senhor das Trevas, aproveita as nossas fraquezas! Ele as usa para sugar o nosso sangue, do qual se alimenta. Quanto mais fracos nós nos tornamos, mais ele se fortalece! Fome, secas, enchentes, pragas, tempestades, crimes hediondos... Ele pode se manifestar de várias formas.
E nós, ainda tememos o Fim do Mundo! Vocês não percebem que tomamos a saideira todos os dias? Bebemos e brindamos ao fim com o veneno que nós mesmos fabricamos. Encham as suas taças! Elas estão repletas do sangue dos inocentes. O sangue que é derramado todos os dias. Por vocês e por mim.
Brindemos! Até que as luzes se apaguem e a os últimos acordes soem pelos ares.
Brindemos ao Fim!
Elís Cândido/setembro de 2011)
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