Desejos


Queria fugir de mim
Não ser mais eu mesma
Desabitar deste corpo
Me despir das carnes
E virar nada

Queria ser um espectro
Uma sombra
Alguma coisa sem forma
Que viajasse nos ventos
Que navegasse nos rios
Como folha solta do galho

Queria me perder de mim

Afundar no silêncio manso
do fundo dos mares
E ficar lá

Eu e o silêncio
E nada mais

(Elís Cândido/dezembro de 2010)

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